O pseudônimo DoceAzedo foi criado em 1º de junho de 2020 visando separar minha identidade online da minha vida pessoal. Naquela época eu não queria misturar meus projetos com o meu dia a dia fora do computador, então eu decidi renomear e separar todas as minhas contas e nomes pela internet afora na tentativa de esconder o Lucas de quem conhecesse o Doce.
Eu criei esse apelido, exatos três dias depois do lançamento do álbum “Chromatica”, traduzindo o título da faixa “Sour Candy” para “DoceAzedo”. Você ainda vai encontrar o sufixo “911”, outra faixa desse mesmo álbum, nas redes sociais em que esse nome por si só não estava disponível.
O que acontece é que desde então minha presença online passou a representar mais minhas livestreams e meus projetos open-source do que meus antigos projetos de cunho duvidoso, já abandonados a esse ponto. Enquanto isso, o nome “Lucas Fernandes” ficou mais atrelado a minha carreira profissional.
Identidade além do visual
Partindo desse princípio, comecei a reparar que o nome “Doce” passou a retratar muito melhor quem eu sou como pessoa do que “Lucas”. Por exemplo, quem me conhece por Doce sabe ao menos que eu sou programador, faço live coding e, não menos importante, sou uma pessoa não-binária. Diferente de quem me conhece por Lucas, que ou só conhece meu currículo, ou só ainda que eu sou o “menino do computador”.
Até por que numa janela de três anos, ninguém é mais o mesmo no final, ainda mais considerando que há três anos eu era só um adolescente.
Então gradualmente eu fui percebendo e entendendo que a depreciação do nome “Lucas” em favor do nome “Doce” era mais que uma mudança de identidade visual de uma marca, mas sim uma mudança na maneira de melhor representar quem eu sou.
Um site meu (e só meu)
E seguindo essa mesma lógica, meu site deixa de ser o currículo do Lucas para se tornar o espaço pessoal do DoceAzedo na rede mundial de computadores. Esse sentimento de querer possuir um lugar que é verdadeiramente meu, independente de plataformas regidas por grandes corporações, cresce conforme elas se tornam cada vez mais predatórias e as mesmas tentam impor movimentos com falsas promessas de proporcionar aquilo que, ironicamente, a gente já tinha antes delas chegarem e a oprimirem: uma internet livre e independente.
É por isso que movimentos como o Keep the Web Free, Say No to Web3 (numa tradução livre, Mantenha a Web Livre, Diga Não à Web3) vêm ganhando tanta força. Houve uma época na internet que nós tínhamos vários pequenos sites, blogs e fóruns independentes que foram dizimados pela potência de grandes plataformas que prometem agora tudo o que elas destruíram porém com palavras-chave como “NFT” e “blockchain” envolvidas.
Enquanto a maioria dos sites independentes que se mantém firmes nessa proposta tem uma pegada mais retrô, eu decidi deixar minha própria marca no meu e colocar minhas habilidades de front-end pra jogo. Afinal, não é por a ideia ser se manter fiel ao que nós tínhamos antigamente que o site tem que aparentar ter saído diretamente daquela época, né?
Ainda nessa linha de raciocínio, meu objetivo nunca foi ser um criador de conteúdo e muito menos alimentar os algorítimos de redes sociais e motores de busca. Por isso eu reforço que meu blog é um espaço 100% pessoal com conteúdo que pode variar entre rascunhos, artigos super elaborados, projetos, vivências pessoais e o que mais der na telha.
Olhando daqui pra frente
Penso que meu processo pessoal de seguir com apenas um nome aconteceu com muita despretensão. Hoje me apresento apenas como Doce, é o que me aparenta ser mais razoável. Fico muito feliz de ter pessoas ao meu redor que apoiam essa minha identidade que transcendeu o virtual de uma forma muito singela e instintiva para mim.
Continuo com uma boa relação com o que podemos chamar de meu “nome legal” ou “nome morto”, mas fica nítido no meu ponto de vista a diferença de quem só me reconhece por ele e ao mesmo tempo eu estou em paz com isso.
E se você tiver me conhecido como Lucas e se deu o trabalho de ler todo esse post, meu muito obrigado e muito prazer, Doce!